30.03.2020 às 14:35h - atualizado em 30.03.2020 às 15:07h - Geral
Lieselotte Hedderich, popular Lilo, trabalha na Casa da Esperança, na Sociedade Beneficente Terra Nova de Mondaí, e neste ano completa 80 anos de vida. Lilo veio da Alemanha há 53 anos, e sua infância foi marcada pela guerra.
Ela conta que o momento pelo qual o mundo está passando, devido ao coronavírus, lembra muito o que as pessoas passaram no período de guerra.
Lilo considera que a época de guerra foi bem pior porque não havia certeza sobre o dia de amanhã e nem se haveria garantia de alimento. Além dela, havia mais duas crianças pequenas e sua mãe. O pai era combatente da guerra na Rússia, e também não havia certeza sobre o seu retorno. Lilo recorda que na época não havia telefone, televisão ou internet para distrair as famílias que precisavam ficar dentro de casa com medo dos russos que invadiam as casas durante a noite.
Apesar do medo que a pandemia traz para o país e o mundo, Lieselotte Hedderich considera que as pessoas possuem hoje em dia muitos meios de se informar e se distrair, considerando também que estão sendo dias de tempo bom.
Lilo cita que em comparação ao período de guerra, atualmente as pessoas também tem a possibilidade de se abrigar com conforto em suas casas, e até tomar sol para fortalecer o corpo com a vitamina D. Por duas vezes, Lilo recorda que ela e sua família foram expulsas de sua moradia por poloneses armados.
Mesmo com três anos de idade na época, a Mondaiense recorda de pessoas de mais idade que foram mortas por não conseguirem fugir. Além do medo de morrer, das mutilações e mortes sem nem ter a possibilidade de enterro, de passar fome, de perder o direito a frequentar a escola, Lilo recorda que as perseguições continuaram mesmo após o fim da guerra. O retorno do seu pai da guerra foi um momento de grande felicidade para a família, mesmo com todas as dificuldades da época.
Ouça aqui a entrevista que Lieselotte Hedderich concedeu a Rádio Oeste FM.
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