27.06.2022 às 20:10h - Política
Dois projetos que estabelecem mudanças na carreira de policiais e bombeiros militares de Santa Catarina devem ser votados nesta terça-feira, 28, pela Assembleia Legislativa (Alesc). As propostas foram enviadas na semana passada pelo governo do Estado.
A análise nas três comissões internas deve ocorrer em duas reuniões, às 9h e às 13h30, e, se aprovados, os textos devem seguir para votação dos deputados na sessão desta terça, a partir das 16h. O Estado corre contra o tempo porque a proposta precisa ser aprovada até 2 de julho, por restrições da legislação eleitoral.
Os projetos mudam regras para a promoção de praças da Polícia Militar (PM) e do Corpo de Bombeiros Militar (CBM-SC). A primeira proposta cria 835 novas vagas em postos da carreira, que vão de cabo a subtenente. Segundo as instituições e o governo do Estado, a intenção é dar mais fluidez às promoções na carreira.
O texto também altera critérios para a ascensão na carreira, como um aumento de 30% para 50% no percentual de vagas destinadas a promoções para sargento concedidas por tempo de serviço. Outra alteração é a redução do chamado interstício para alguns cargos — período mínimo de atuação em um posto para que o agente seja promovido a uma patente superior.
A Associação de Praças do Estado de Santa Catarina (Aprasc) aprova as mudanças nos critérios de promoção. O vice-presidente da entidade, sargento Clailton Oliveira, diz que o projeto é fruto de uma “conquista histórica” e vai permitir que militares que hoje não conseguem acesso a postos superiores mesmo cumprindo os requisitos consigam, enfim, a ascensão na carreira.
— A Aprasc apoia 100%. Precisamos de valorização na carreira, são pessoas que saem da residência, largam famílias e não sabem se vão voltar. A lei de promoções vai dar mais condições de valorização — pontua.
Outra mudança é o incentivo para que policiais migrem do quadro especial, que limitava em apenas duas promoções na carreira, para o efetivo, sem essa restrição. A intenção mencionada no projeto é de que o quadro especial futuramente seja extinto.
O projeto também estabelece a abertura de vagas no Corpo de Bombeiros (657) para suprir a necessidade criada pela mudança na escala da corporação. Na Polícia Militar, são 178 vagas.
A carreira militar é dividida entre as praças e os oficiais, que atuam no comando das corporações. As mudanças em discussão alteram apenas as promoções de praças.
Projeto cria militares temporários
O segundo projeto em discussão cria a figura do militar temporário, tanto na PM quanto nos bombeiros. Esse tipo de contratação permitiria a permanência de profissionais por até oito anos para suprir carências de efetivo no Estado. O projeto limita em no máximo 50% do total de militares efetivos a quantidade de temporários que o Estado poderia contratar. O modelo de contratação já existe no Exército.
O deputado José Milton Scheffer (Progressistas), líder do governo na Alesc, afirma que a intenção é que os militares temporários atuem em funções paralelas, como médico, dentistas, engenheiros e também áreas administrativas dentro do serviço militar. No entanto, em casos pontuais, ele afirma que esses profissionais poderiam substituir militares efetivos no policiamento ou nos batalhões dos bombeiros.
— Em área de extrema necessidade [poderia ocorrer], mas o grande objetivo nesse caso é, ao tirar essas pessoas das áreas administrativas, ampliar os policiais de carreira na atividade-fim e atividades-meio ligadas à segurança — afirma.
O deputado Valdir Cobalchini (MDB), relator da proposta, afirma que a proposta dos temporários pode ajudar também a preencher vagas no interior do Estado, porque segundo ele muitos efetivos optam por transferências para atuar em regiões do Litoral.
O projeto de lei complementar 17/2022 altera regras para a promoção de militares na PM e no Corpo de Bombeiros Militar. Serão criadas 835 vagas de postos da carreira de praças, que vão de cabo a subtenente. A intenção seria dar mais fluidez às promoções.
Outras mudanças são o aumento de 30% para 50% no percentual de vagas destinadas a promoções por tempo de serviço para sargento e a redução do insterstício — tempo que os profissionais precisam ficar no cargo antes de serem promovidos ao próximo posto.
O projeto de lei complementar 18/2022 cria a figura do militar temporário. A intenção é que os profissionais atuem em áreas como Medicina, Engenharia, Psicologia e funções administrativas das corporações militares. A medida poderia liberar mais policiais e bombeiros efetivos que hoje ocupam essas funções para atuar na atividade de policiamento ou atendimento de ocorrências, ampliando o efetivo em atuação. A contratação poderá ser mantida por no máximo oito anos e estará limitada a 50% do total de vagas em cada posto da carreira de praças.
Fonte: NSC Total
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