27.01.2022 às 14:38h - Saúde

Mudanças climáticas podem influenciar expansão da dengue em Santa Catarina

Marcos de Lima

Por: Marcos de Lima São Miguel do Oeste - SC

Mudanças climáticas podem influenciar expansão da dengue em Santa Catarina
Foto: Marcos de Lima / Arquivo Portal Peperi

A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e a FGV (Fundação Getúlio Vargas) apontam que a região Sul do país é uma área de atenção para a dengue em 2022. Entre os locais estão alguns municípios de Santa Catarina.

Os indicadores do InfoDengue mostram que o Estado tem tendência de expansão da atividade da dengue. Segundo as instituições, surtos importantes da doença ocorreram em Londrina e Sengés, no Paraná, e em Joinville, no Norte catarinense, no ano passado e anos anteriores. Isso pode indicar adaptação do vetor e alterações climáticas.

Um projeto para avaliar mudanças no padrão de temperatura do país e possível associação com o aumento da temporada de dengue já está em desenvolvimento pelo InfoDengue.

No mais recente boletim da Dive/SC (Diretoria de Vigilância Epidemiológica), mostra que118 municípios infestados pelo Aedes aegypti em janeiro. Isso representa um aumento de 14,5% em relação ao mesmo período do ano passado.

Mudanças climáticas

“Seria importante fomentar projetos de pesquisa na área de entomologia para estudar as mudanças de comportamento do Aedes aegypti “, explica Cláudia Codeço, coordenadora do InfoDengue.

Períodos chuvosos atrelados ao calor são favoráveis à proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus da dengue, zika e chikungunya.

Há relatos de epidemias de dengue no Brasil desde 1846, mas foi em 1986 que ela reemergiu e rapidamente se espalhou pelo país tornando-se motivo de preocupação e alerta constante para a saúde pública.

“A antecipação do período de transmissão em alguns Estados traz preocupação e pode levar a incidências altas, se não for feito o controle adequado dos vetores”, afirma a pesquisadora.

Segundo os indicadores do InfoDengue, além do Sul do país, encontram-se atualmente em situação de atenção: o noroeste de São Paulo/SP, região entre Goiânia/GO e Palmas/TO, passando pelo Distrito Federal/ DF, e alguns municípios isolados da Bahia e Ceará.

Vigilância nas fronteiras

Os pesquisadores do InfoDengue também apontam para o padrão de ocorrência da dengue no país em 2021, em particular na parte Oeste do Brasil, desde o Acre até o Mato Grosso, fato que coincidiu com a alta circulação do vírus em países vizinhos, como Bolívia e Paraguai.

A alta de casos na região ressalta a importância de vigilância forte e articulada nas fronteiras, segundo a Fiocruz. O Rio Branco (Acre) sofreu com epidemia de proporções altas, com alto impacto na população já fragilizada com as cheias ocorridas no período.

O cenário apresentado pelo InfoDengue também ressalta a importância de observar o comportamento do mosquito, além de manter seu controle para evitar os focos da dengue e combater o vetor.

Fonte: ND Mais

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