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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a vacina contra a dengue desenvolvida pelo Instituto Butantan, o primeiro imunizante do mundo capaz de oferecer proteção com apenas uma dose. A aplicação será destinada, inicialmente, à população de 12 a 59 anos e deverá ser incorporada ao Programa Nacional de Imunizações (PNI). As informações são do g1.

Segundo o Butantan, mais de 1 milhão de doses já estão prontas para serem distribuídas ao PNI. Para ampliar a produção, o instituto firmou parceria com a empresa chinesa WuXi, o que permitirá a entrega de cerca de 30 milhões de doses no segundo semestre de 2026.

A aprovação ocorreu após cinco anos de acompanhamento dos voluntários do ensaio clínico de fase 3. Entre pessoas de 12 a 59 anos, a vacina apresentou 100% de proteção contra hospitalizações, eficácia geral de 74,7% e 91,6% de proteção contra casos graves ou com sinais de alarme. O estudo, realizado entre 2016 e 2024, envolveu mais de 16 mil voluntários de 14 estados. O imunizante inclui os quatro sorotipos do vírus e se mostrou seguro tanto para pessoas que já tiveram dengue quanto para aquelas que nunca foram infectadas.

A Butantan-DV é a primeira vacina de dose única contra dengue no mundo. De acordo com relatório publicado na revista Human Vaccines & Immunotherapeutics, esquemas de aplicação com menos doses tendem a facilitar a adesão da população, simplificar campanhas e acelerar a cobertura vacinal em emergências sanitárias. O Ministério da Saúde ainda definirá a data de início da vacinação e a estratégia de distribuição das doses.

Situação da dengue no país

O Brasil registra mais de 1,6 milhão de casos prováveis da doença em 2025, queda de 75% em relação ao mesmo período do ano anterior. As mortes passam de 1,6 mil, também com redução superior a 70%.

Com o orçamento previsto, o Ministério da Saúde pretende expandir o uso de tecnologias que reduzam a transmissão, entre elas o método Wolbachia, já presente em 12 municípios e com planejamento para mais de 70 cidades. Em Niterói (RJ), onde a técnica foi aplicada, houve queda de 89% nos casos de dengue e de 60% nos registros de chikungunya.