26.09.2024 às 20:00h - Brasil
Uma nota técnica da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), divulgada nesta quinta-feira, 26, estima que as perdas com incêndios florestais causaram um prejuízo de R$ 14,7 bilhões em 2,8 milhões de hectares de propriedades rurais no Brasil. O documento considerou o período entre junho e agosto deste ano, usando como base os danos à produção de bovinos de corte, a cana-de-açúcar e a qualidade do solo.
Conforme o estudo, os estados que tiveram mais perdas foram: São Paulo (R$ 2,8 bilhões), Mato Grosso (R$ 2,3 bilhões), Pará (R$ 2 bilhões) e Mato Grosso do Sul (R$ 1,4 bilhão). Os maiores prejuízos estão concentrados na pecuária e pastagem (R$ 8,1 bilhões), cercas (R$ 2,8 bilhões), perdas com a produção de cana (R$ 2,7 bilhões), e outras culturas temporárias e permanentes (R$ 1,06 bilhão).
“Os produtores rurais são, com certeza, os maiores prejudicados com os incêndios florestais, já que na maioria dos casos a destruição dessa vegetação acontece em áreas de produção ou de conservação florestal, atingindo benfeitorias, maquinários, culturas e rebanhos”, disse a confederação.
Segundo o documento, incêndios e queimadas são expressões que devem ser usadas em situações diferentes. As queimadas dizem respeito ao uso controlado do fogo como prática agrícola para “sistemas de baixa tecnologia”, que tem o intuito de renovar pastagens, reduzir pragas, eliminar resíduos de lavouras, preparar áreas para o plantio, para a colheita da cana-de-açúcar e outros.
As queimadas, de acordo com a CNA, ocorrem em imóveis rurais, com um responsável autorizado pelo órgão ambiental e com hora e lugar para começar e acabar. Já o incêndio é o fogo sem controle, acidental ou criminoso, com destruição do patrimônio privado ou público, sem hora, nem local, para iniciar e terminar.
Conforme a confederação, os incêndios criminosos, ou seja, propositais, são uma “contraposição ferrenha” aos esforços dos produtores na implementação de técnicas de agricultura de baixo carbono. Tal técnica, segundo a CNA, colocou o agronegócio brasileiro na “vanguarda de mitigação dos efeitos das mudanças climáticas, com ganhos e metas de redução de emissão de Gases de Efeito Estufa muito mais ambiciosas das praticadas por países desenvolvidos da Europa, bem como a própria China”.
Fonte: R7
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