23.03.2021 às 13:29h - Geral
MAB mantém vigilância em defesa do meio ambiente e dos direitos dos ribeirinhos sujeitos a prejuízos com a construção de barragens. Objetivo é ter força popular e política para impedir obras que sejam favoráveis apenas para grandes investidores brasileiros e do exterior. São mais de 40 anos de atuação do Movimento dos Atingidos por Barragens na região de Itapiranga e outros municípios ribeirinhos ao Rio Uruguai.
Segundo o coordenador nacional do MAB, Pedro Melchiors, o movimento social está presente em 18 estados do Brasil e também possui articulações importantes em outros países. O MAB surgiu na Bacia do Rio Uruguai para lutar contra projetos de 25 grandes hidrelétricas. Poucas foram colocadas em operação diante de uma resistência popular. Em mais de 40 anos de resistência, o movimento contou com apoio de igrejas e sindicatos que contribuíram na organização e mobilização popular, principalmente dos ribeirinhos.
Pedro Melchiors comenta que a partir de 1984 cresceu o movimento contra a barragem de Itapiranga e a luta em defesa da vida. O coordenador nacional do MAB, cita que a população lutou contra a Eletrosul que possuía projeto de estudo e viabilidade. Um abaixo assinado reuniu mais de um milhão e 200 mil assinaturas mostrando a força do movimento e o interesse da população em manter o rio no seu curso normal.
O projeto para construção da hidrelétrica de Itapiranga voltou com força no início dos anos 2000, tendo a participação da empresa Engevix e da Eletrosul. Em 2004 cresceu a mobilização com a criação da comissão interestadual passando a ter maior força política e representação em vários seguimentos que lutaram contra a barragem. Pedro Melchiors ressalta que o pedido era para investimentos em infraestrutura e turismo, incluindo a construção da ponte sobre o Rio Uruguai. Esta mobilização ganha força novamente.
Lideranças nas comunidades e envolvimento de parlamentares de Santa Catarina e Rio Grande do Sul mudou o cenário que era de grande desafio para o MAB. O coordenador ressalta que o rio não foi mais represado, mantendo vida a várias espécies de peixes. Pedro Melchiors lembra que a construção de hidrelétrica não significa desenvolvimento para a região, pois são vários eventos de que a barragem retirou a terra dos produtores rurais e não proporcionou qualquer riqueza para a população local.
Melchiors defende a criação de políticas públicas para pesquisa e desenvolvimento de tecnologias na produção de energia em sistemas alternativos como o biogás e solar. Atualmente o maior volume de energia vem do sistema de hidrelétricas.
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