17.04.2025 às 09:53h - Santa Catarina
O vice-prefeito de Lages, Jair Junior, foi denunciado pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) por crimes de lesão corporal praticado duas vezes, cárcere privado, perseguição e invasão a dispositivo informático. Dessa forma, o político se tornou réu em uma ação penal e pode ser julgado pelos crimes.
Jair Júnior foi preso no dia 22 de março, suspeito de violência doméstica contra a ex-namorada, e solto no mesmo dia após uma audiência de custódia e fixação de fiança. A vítima relatou à polícia que o relacionamento durou cerca de um ano e terminou há dois meses, período em que o vice-prefeito não teria aceitado a separação e passou a procurá-la insistentemente.
Um pedido de impeachment foi aberto pela Câmara de Vereadores, mas uma liminar suspendeu o processo e os trâmites estão paralisados.
Os detalhes dos crimes
O MPSC detalhou os supostos crimes de Jair Júnior. Segundo o MP, ele já teria agredido a ex-namorada pelo menos uma vez, no dia 1° de janeiro de 2025, depois de tomar posse para o cargo público. Os dois, à época, ainda namoravam, e ele teria apertado os braços e o rosto da mulher. O motivo, segundo a denúncia, seria por ela não querer postar uma foto com ele nas redes sociais.
Na noite anterior ao dia em que Jair Júnior foi preso, ele teria convencido a ex-namorada a entrar no carro para tentar reatar o relacionamento. Assim que percebeu que a tentativa seria em vão, o político teria dado a partida no carro e levado a vítima à força até sua casa. Lá, ele chaveou as portas e janelas e ligou o ar-condicionado para que os gritos de socorro não fossem ouvidos pelos vizinho, segundo a denúncia.
Com isso, ele teria se trancado no banheiro e tentado acessar o celular da mulher, mas não conseguiu. Jair Junior chegou a pedir a senha do aparelho com o objetivo de apagar mensagens comprometedoras, mas a vítima não atendeu ao pedido. Ele, então, bateu no rosto da mulher com tapas e a sufocou com um travesseiro.
Desfecho do cárcere
De acordo com a denúncia, a mulher só foi liberada do cárcere depois de dizer que amava o agressor e garantir que não o denunciaria.
Entretanto, a irmã da vítima a convenceu a ir, mais tarde, até a delegacia para registrar um boletim de ocorrência. Segundo os detalhes divulgados, Jair Júnior teria seguido a mulher enquanto ela dirigia até a delegacia.
Ele foi preso em flagrante na rua pela guarnição de plantão, e uma medida protetiva foi expedida para impedir qualquer aproximação dele com a mulher.
Mais perseguição
Essa, segundo a denúncia, não teria sido a primeira vez que o político teria perseguido a ex-namorada. Ele frequentava os mesmos lugares que ela, enviava mensagens ameaçadoras e acompanhava sua rotina usando um perfil em uma rede social de uma repartição pública. Jair Júnior também teria feito ligações de números desconhecidos e estacionado o carro perto da casa dela com o objetivo de coagi-la.
O que diz a defesa de Jair Junior
O advogado de Jair Junior, Francisco Ferreira, diz que “causa perplexidade à defesa o fato do Ministério Público, em site próprio da instituição, tenha divulgado fatos que constam da denúncia ofertada contra o investigado Jair Junior, o vice-prefeito de Lages, haja vista que o processo tramita desde o seu início em segredo de justiça, e não poderia então, em vista disso, o próprio MP, que é o guardião da lei, tê-la violado”.
“Por outro lado, a denúncia por si mesma acrescenta versão absolutamente unilateral por parte da vítima buscando, inclusive, através dessa divulgação danosa sob todos os aspectos, a condenação pública do investigado em flagrante prejuízo do princípio constitucional da presunção de inocência”, concluiu.
Fonte: NSC Total
Comentar pelo Facebook