13.03.2021 às 22:35h - atualizado em 13.03.2021 às 22:38h - Política
A decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, que anulou as condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e restabeleceu seus direitos políticos entusiasmou a militância petista em todo o país e não foi diferente em Santa Catarina. Inclusive, foi o presidente estadual da sigla, Décio Lima, o primeiro a avisar o líder petista da decisão tomada pelo magistrado na última segunda-feira.
Ex-deputado federal, ex-prefeito de Blumenau e candidato do PT ao governo estadual em 2018 e amigo de Lula desde a época da fundação do partido, o catarinense mostra confiança de que a volta do ex-presidente para o jogo eleitoral pode ser também o combustível para que os petistas catarinenses retornem ao tabuleiro. A tarefa não é simples e Décio Lima sabe disso. Nas últimas eleições, ele ficou em quarto lugar com 12,7% - o pior resultado de um petista na disputa desde 1986 - e viu as bancadas estadual e federal reduzirem. Ano passado, o PT conquistou apenas 11 prefeituras, nenhuma delas nos maiores centros urbanos do Estado.
Décio Lima admite as dificuldades, mas acredita que a candidatura de Lula a presidente em 2022, se ele conseguir manter os direitos políticos, fortalece o PT catarinense.
-O fator da candidatura do Lula coloca o PT de Santa Catarina em outro patamar. Não só de um patamar, como estávamos, de resistência. Mesmo em declínio, nós resistimos para além do que imaginávamos, o que provou para nós que somos resilientes, que somos uma causa. O PT, em um ambiente como vivenciamos em Santa Catarina, era para não existir mais. Mas estamos aqui e a candidatura do Lula nos coloca em outro patamar. Não vamos mais disputar a eleição para marcar posição, somos uma peça fundamental para construir uma alternativa democrática em Santa Catarina. Uma frente democrática, não uma frente de esquerda. Temos que recuperar nossa relação com os partidos de centro. Sair do isolamento político nos empolga.
Deixar o isolamento político é o mantra de Décio Lima desde que assumiu a presidência estadual do partido em 2016. Mesmo assim, o PT não conseguiu atrair nem mesmo os partidos do campo da esquerda nas eleições de 2018. Ele acredita que com uma candidatura estadual alinhada à de Lula, o partido possa voltar ao patamar dos 20% dos votos que obteve em 2002 e 2006. Esse capital, segundo ele, deve entrar na mesa para discutir alianças com partidos ao centro, como o MDB.
- O PT não pode desenhar o futuro olhando para o passado. Os acontecimentos do passado foram um processo muito violento contra nós e não nos ajudam a superar esse processo. O que ajuda é buscar aqueles que querem efetivamente consolidar um processo democrático no país. Defender o estado de direito, não ser negacionista, não defender o estado mínimo, ter a democracia como valor universal -afirma o petista, que admite também a possibilidade de concorrer novamente ao governo.
Fonte: NSC Total
Comentar pelo Facebook