Polícia

07.03.2024 às 08:09h - atualizado em 07.03.2024 às 15:38h - Polícia

Casal suspeito de matar menina de três anos usou mala para esconder corpo em SC

João Bresolin

Por: João Bresolin São Miguel do Oeste - SC

Casal suspeito de matar menina de três anos usou mala para esconder corpo em SC
Foto: Bianca Bertoli/NSC

Uma câmera de segurança flagrou parte da ação do casal apontado pela Polícia Civil como responsável por matar uma menina de três anos em Indaial, no Vale do Itajaí. A mãe e o padrasto de Isabelle de Freitas aparecem em imagens carregando a mala usada por eles para levar o corpo da pequena até o local onde foi enterrado. O padrasto cavou uma cova com as próprias mãos na mata após o assassinato da criança, segundo o delegado Filipe Martins.

Conforme a gravação, era pouco antes das 16h de segunda-feira, 04, quando os dois são flagrados caminhando juntos. O homem está carregando uma mala. Eles olham para os lados, como se cuidassem para ninguém os ver, e deixam a bolsa ao lado de um poste, na calçada. Depois, saem do local. Pouco antes disso, segundo a investigação, o casal foi ao pé a uma área de mata perto de onde moram, próximo da BR-470, e colocou a pequena em uma cova rasa.

No horário que aparece nas imagens, segundo o relato inicial do casal, a menina já estava desaparecida e os dois mantinham uma história indicando que Isabelle tinha sido sequestrada. O padrasto chegou a conversar com a reportagem do NSC Total antes de ser interrogado, na tarde desta quarta-feira, 06. Em meio às lágrimas, reafirmou a versão de sumiço da enteada, declarou amor pela pequena e disse que o sentimento era de “dor e culpa” por ter deixado alguém levá-la.

O delegado afirma que as histórias contadas pelo casal pareciam bastante ensaiadas. Ao ouvir os relatos de vizinhos, veio a informação de que na manhã de segunda-feira, 04, houve uma briga na residência. De imediato a situação levantou suspeita. Um homem que se apresentou como missionário de igreja e mora com a família há duas semanas disse ter ouvido os choros da criança, mas afirmou não ter visto o que ocorreu de fato. A polícia, em princípio, descarta o envolvimento dele no crime.

Os agentes dizem que a criança sofreu espancamento até a morte. A casa passou por perícia e vestígios de sangue foram encontrados. O padrasto confessou ter iniciado o ataque à pequena e depois a mulher teria participado também. Ela negou ter agredido a criança. Entretanto, ao se darem conta da morte da menina, combinaram a história de suposto sequestro para tentar despistar a polícia. Chegaram a chamar um carro de aplicativo durante a tarde para que o veículo aparecesse na rua e os vizinhos vissem.

Isso, para a dupla, sustentaria a tese de sequestrado. Entretanto, os agentes encontraram o motorista de aplicativo. O homem contou ter recebido um pedido de corrida para o endereço da família, foi ao local e esperou por cerca de cinco minutos. Mas como ninguém apareceu, ele desistiu do chamado. Ao longo daquela tarde, os vizinhos relatam que o casal foi às casas perguntando se alguém tinha visto a pequena, para tentar simular uma preocupação.

Cães farejadores chegaram a ser mobilizados para procurá-la na área de vegetação ao lado da casa da família, considerando a possibilidade de Isabelle ter caído no barranco e se machucado. O corpo de Isabelle foi encontrado no início da noite desta quarta-feira, 06, não muito longe da residência, mas no sentido oposto ao local onde os bombeiros a procuraram.

O casal teve a prisão preventiva decretada pela Justiça. O inquérito tenta esclarecer agora se houve um homicídio ou um caso de tortura com resultado morte, cuja pena é ainda maior. A mulher tem outro filho, de seis anos, que morava na casa. Ele foi acolhido pelo Conselho Tutelar. Conforme a polícia, o órgão já tinha recebido denúncias de maus-tratos contra as crianças.

Fonte: NSC

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