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A alta no preço da carne bovina mudou o perfil de consumo em Florianópolis. O alimento é um dos que mais pesa no orçamento das famílias e é o produto da cesta básica da Capital que teve maior aumento de custo nos últimos 12 meses. O impacto disso afeta também pequenos comerciantes que veem a procura pelo item diminuir. Uma alternativa encontrada é a venda do osso de boi.

A cesta básica de Florianópolis foi a segunda mais cara do país em agosto deste ano. Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos o custo chegou a R$ 659. Na lista, a carne é o produto mais caro, com aumento de 30,5% nos últimos 12 meses.

O item representou 43% do total da cesta básica, que é elaborada com seis quilos de carne de primeira linha, média prevista para suprir as necessidades calóricas de um adulto, segundo o órgão. No ano, todos os produtos tiveram aumento.

De acordo com pesquisa do Dieese, com o preço atual da cesta básica na cidade, o salário mínimo ideal deveria ser de R$5.583,90. Atualmente o valor é de R$1.100.

No ano passado, cada brasileiro consumiu em média 26,4 quilos da proteína, o que significa uma queda de quase 14% em relação a 2019, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento. Este foi o menor nível desde 1996. Não há dados estaduais.

Para o coordenador do Índice de Custo de Vida da Universidade Estadual de Santa Catarina, Hercílio Fernandes Neto, dois dos fatores que justificam o aumento no preço da carne são a alta no valor dos insumos de produção pecuária e a desvalorização do real.