03.10.2024 às 08:21h - Santa Catarina
Até o começo desta semana, a última da corrida eleitoral para o primeiro turno do pleito 2024, Santa Catarina tinha registros de ao menos 20 denúncias de assédio eleitoral no local de trabalho. Os dados são do Ministério Público do Trabalho (MPT), que recebe e investiga os casos.
O assédio eleitoral ocorre quando há intimidação, ameaça, humilhação ou constrangimento com o objetivo de influenciar ou manipular o voto no local de trabalho. Segundo o professor Daniel Pinheiro, do Departamento de Administração Pública da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), existem duas formas de assédio eleitoral: direto e indireto.
— A forma direta é onde há o convencimento pelo poder econômico; o chefe, o dono, empresário, convence o empregado, o trabalhador, a votar no candidato que ele quer. Tem também o assédio indireto, onde ele diz que tudo vai piorar se determinado candidato ganhar, mas não diz necessariamente quem — explica o professor.
De acordo com Pinheiro, existem consequências graves do assédio eleitoral. Entre elas, a criação de uma cultura de não-reflexão sobre as eleições, o que enfraquece o debate político e fortalece algumas elites.
Em todo o Brasil, já foram registradas 533 denúncias de assédio eleitoral no MPT. O número, no entanto, tende a aumentar na reta final da corrida eleitoral, já que é justamente nos dias que antecedem as eleições que os casos costumam ocorrer.
— A época que se avizinha ao pleito, é a época que a pessoa ainda pode fazer algo, porque o objetivo do assédio é falsear o voto. Então é aquele momento que o trabalhador, vítima do assédio, ainda consegue buscar uma ajuda junto aos órgãos públicos — afirma a coordenadora regional da Coordigualdade no MPT-SC, procuradora do trabalho Luciana Teles Gomes.
Fonte: NSC
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