02.09.2025 às 14:47h - Geral

Gonet diz que golpe não precisa de “ordem assinada” e defende punição contra autoritarismo

Ricardo Orso

Por: Ricardo Orso São Miguel do Oeste - SC

Gonet diz que golpe não precisa de “ordem assinada” e defende punição contra autoritarismo
Foto: Antônio Augusto, STF

Segundo a se manifestar no julgamento de Jair Bolsonaro e outros sete réus por tentativa de golpe, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirmou que o ex-presidente seria o maior beneficiado caso a trama golpista desse certo e também seria o líder da organização criminosa que tentou provocar uma ruptura democrática. A fala ocorreu durante a sustentação oral da PGR, que antecedeu as falas dos advogados dos réus, na manhã desta terça-feira, primeiro dia de julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF).

Gonet defendeu a punição dos envolvidos e afirmou que não responsabilizar os responsáveis “recrudesce ímpetos de autoritarismo” na sociedade. Ele também defendeu que para que uma tentativa de golpe se consolide, “não é indispensável que haja ordem assinada pelo presidente da República”. No momento em que o presidente e o ministro da Defesa convocaram a cúpula militar para apresentar o documento de formalização de golpe, “o processo criminoso já estava em curso”, segundo o PGR.

Gonet também afirmou que a trama golpista não pode ser tratada como algo de menor importância.

— Os atos que compõem o panorama espantoso e tenebroso da denúncia são fenômenos de atentado com relevância criminal contra as instituições democráticas. Não podem ser tratados como atos de importância menor, como devaneios utópicos anódinos nem como precipitações a serem reduzidas, com o passar dos dias, a um plano bonachão e irreverente — afirmou.

O procurador-geral da República defendeu que a denúncia não se baseou em conjecturas e suposições, mas em “elementos concretos”.

— Não há como negar fatos praticados publicamente, planos aprendidos, diálogos documentados e bens públicos deteriorados […] Encontra-se materialmente aprovada a sequência de atos destinados a propiciar a ruptura da normalidade do processo sucessório — afirmou.

Fonte: NSC Total

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